A história de “A Fênix”
surgiu após ter um sonho com o que parecia ser o início do livro, este foi o
estopim para que a sua criatividade, assim como enredo e todos os personagens,
surgissem como que instantaneamente em sua mente prontos para serem criados e
viverem a história pós-apocalípticadescrita nestas paginas.
Autora de outro
romance que está em processo de pré-criação, “Romeu, Julieta e Eu”, seu maior
desejo é de que um dia seus descendentes possam se divertir e imaginar as histórias
que ela escreve e ainda escreverá e que ela possa ser lembrada de alguma forma,
assim como era o desejo do personagem Augustus Waters de ‘A Culpa é das
Estrelas’, de John Green.
Prólogo:
“Todo
novo começo precisa de um GranFinale!”
Eu estava ajudando a minha mãe com
o bolo de cenoura, um famoso conhecido nosso de todos os domingos. Meu irmão
estava brincando com carrinhos no chão da sala, e meu pai assistia ao
noticiário da tarde. Os ponteiros nos diziam que eram quatro horas.
No segundo que o forno apitou, nos
informando sobre o bolo que finalmente havia ficado pronto, meu pai pulou do
sofá. Ele se colocou de pé, agarrando Kelvin em um braço só e correndo para a
cozinha. Meu pai agiu instintivamente, ele se jogou sobre nós três atrás do
balcão da cozinha. Um zunido entorpeceu-nos, entibiou-nos. Alguns segundos
depois ouvimos o estrondo, o sinal de que aquilo seria só o começo.
O avião caindo foi só um pequeno
aviso, uma mera amostra do que estaria por vir. Avião esse que atingiu um prédio
a poucas quadras do nosso. Não sei se foi premeditado, mas o prédio estava
praticamente vazio, por ser um prédio comercial e ter caído exatamente em um
domingo. Tirando os seguranças e alguns chefes executivos preocupados, não
tivemos muitos feridos naquele dia.
A televisão mostrava um
acontecimento semelhante em diversas partes do mundo. Meu pai nos tranquilizava
dizendo que era só um jeito de os países que já estavam em guerra nos assustar.
Como sempre, Estados Unidos disparou na frente. O primeiro avião derrubado com
a bandeira americana caiu no Japão. Eu estava assistindo ao vivo a mesma
história da escola de alguns anos atrás, de dentro de casa. Eu conseguia ver
tudo aquilo que li nos livros passar diante de mim. Só que dessa vez as coisas
podiam tomar proporções muito grandes.
A essa altura meu pai não saia
mais do telefone, ele berrava por ajuda, ele queria que viessem nos buscar. Mas
sempre lhe davam a mesma resposta: “Estamos encaminhando tropas para retirar as
crianças primeiramente dos ‘pontos azuis’
(acho que era uma sigla para os lugares
com maior incidência de ataque nuclear), o exército esta focado, em breve
suas crianças estão seguras!”. Geralmente após essas ligações meu pai atirava o
telefone em algum objeto (felizmente os
celulares ficaram mais resistentes com o passar dos anos).
Depois do episódio dos
aviões despencando por todo o mundo, nós ainda tivemos o infortúnio de assistir
alguns outros episódios através dos noticiários. Grande parte do dia,
tentávamos parecer uma família normal e feliz, realizando nossas tarefas do
cotidiano. Somente quando ouvíamos o toque de recolher (acionado por segurança) é que corríamos para a cama de meus pais,
uníamos em uma oração, e em seguida adormecíamos (ou melhor, eu e Kelvin adormecíamos, eu duvido muito que meus pais
conseguiriam dormir com tamanha ameaça nos circundando. Eles temiam que o
Governo apenas
tivesse
sugado o conhecimento de meu pai e agora fugiriam para um lugar seguro, a prova
de bombas, deixando seus pequenos e inocentes filhos desguarnecidos.).
Foram longos seis dias de
tormento. Após o evento dos aviões nós tivemos dois dias de paz. Meu pai
tentava nos fazer crer que tudo estava seguro agora. Porém algo em seu rosto me
dizia que aquilo seria só o começo de um angustiante GranFinale. A humanidade
já havia começado a se autodestruir a anos, nossas fontes de energia natural
foram substituídas por fontes mais em conta. Fontes essas que envenenaram nosso
planeta.
A mesma matéria prima das fontes
energéticas é a palavra que ecoa em nossa mente, os elementos que nos preocupam
e tiram nosso sono.
Nuclear.
Combustão.
Morte.
Fim.
Tcharãm!
Guerra
Nuclear ressoa em minha cabeça. O que uma
garotinha de 12 anos sabe sobre isso? O suficiente para ter muito medo.
O quarto dia amanheceu comum,
fomos à escola, minha mãe foi dar aula, meu pai ficou no escritório fazendo
muitas ligações. Mas exatamente às oito horas da noite é que nós percebemos a
gravidade da situação. Eu, meu irmão, minha mãe e meu pai, sentados na sala,
assistindo tv, quando o filme sobre leões e girafas (favorito de meu irmão) é interrompido por um sinal direto do
Governo.
Nada que já não pudesse imaginar.
Desculpas e mais desculpas pelo evidente transtorno e claro, não poderia
faltar, um Presidente centrado dizendo que o maior perigo já havia passado e
que tudo estava bem agora.
Foi durante a noite que ouvimos
tiros, vindos das ruas, rebeliões afirmou meu pai. Assim como eu, ninguém tinha
acreditado de fato nesta história de que a Paz Mundial já havia sido reestabelecida.
A população pirou no mundo inteiro. Suicídios, assassinatos, casamentos
céleres, divórcios, promiscuidade correndo solta. Era o fim. Da maneira que eu
já cogitava.
A partir dos saques e blackouts
que fomos obrigados a nos fechar dentro de casa, claro que antecipadamente
estocamos comida e água (já muito cara e
escassa). Com a certeza de que o estomago de Kelvin não deixaria aquilo
durar muito tempo. Em breve morreríamos de alguma forma.
Quando atingiram as
usinas nucleares do interior do país, tudo se tornou um caos. Não tínhamos mais
para onde correr. Estávamos mais expostos do que ratos de laboratório. Meu pai
recebeu uma ligação no quinto dia, assim que desligou o telefone ele nos sentou
no sofá e se agachou, para poder
nos olhos nos olhos. Eu já estava
chorando sem saber o que iria acontecer, mas meus sentidos nunca me enganaram.
Minha mãe sentou-se ao nosso lado, colocou o pequeno de olhos grandes em seu
colo, beijou-lhe o topo da cabeça e começou a acariciar seus cabelos. Eu só
sentia as lágrimas escorrendo em minha face e meu pai tentando conte-las com
suas mãos, limpando cada gota que caía. Ele nos explicou que logo homens bons
viriam nos buscar e nos levariam para um lugar novo onde ficaríamos seguros.
O fato de Kelvin não entender nada
e começar a chorar me deixou pior ainda. Eu o vi se aconchegando no colo de
minha mãe enquanto chorava. Meu pai ainda me disse que era muito importante que
eu ficasse de olho no nosso pequeno chaveirinho (Kelvin). Ele nos confortou dizendo que assim que tudo voltasse ao
normal eles iriam nos buscar o mais rápido possível.
Eu não só estava chateada em ficar
longe de meus pais, e cuidar de um anão ranhento, eu fiquei muito brava porque
eu sabia que as chances de meus pais voltarem nos buscar estavam em uma escala
muito baixa de acordo com o destino do planeta.
Somente no sexto dia os Homens
chegaram. A despedida foi brusca e breve. Os homens nos arrastaram de olhos
inchados e nariz escorrendo de tanto chorar. Meu irmão só me imitava. Eu me
debatia e gritava incansavelmente. Chutei diversas vezes os homens que nos
seguravam. Nós saímos em um carro estranho, de cor acinzentada e sem janelas.
Sentia-me sufocada, e logo eu ficaria de tanto chorar.
E aqueles homens armados e
estúpidos nos tratando como soldados fez meu sangue subir a cabeça. A última
coisa que me recordo antes de acordar nesse lugar gelado, é que ter voado sobre
um dos homens que estava apertando o braço do meu irmãozinho. Eu o arranhei com
toda a minha força, seu rosto ficou vermelho e com algumas gotas de sangue.
Tempos depois acordei aqui. A sede que nos prepara para Phoenix, ou mais
comumente conhecida como a Nova Terra.
Hoje com 19 anos. Com um anãozinho
de 1.70, forte, com a barba crescendo desajeitada por seu rosto, mas os olhos
continuam os mesmos, doces e sensíveis. Meu pequeno Kelvin já estendeu que o
que restou lá fora não irá nos fazer bem, que nossos pais nunca irão voltar e
que teremos que encarar os Magnas e todo esse discurso chato de formarmos uma
nova nação claramente tola que irá se autodestruir mais uma vez. Ou crianças
sabem como transformar as cinzas de um planeta em um novo mundo? Pois é, acho
que não.
Muito prazer souAngeline. A garota
estupidamente introvertida e pluripolar que mataria para proteger seu irmão.
»»»»»»»
O dia estava chuvoso quando os
céus começaram a cair.
Um mês antes dos acontecimentos
que mudaram o curso da história acontecer, um grupo de agentes esquisitões
visitou meu bairro. Fizeram-me diversas perguntas e me avaliaram da cabeça aos
pés. Eu como um garoto de 13 anos que era não compreendi muita coisa. Somente
um mês mais tarde que eu pude compreender o porquê de estarem selecionando as
crianças.
Eu recebi um número, eu e mais uma
jovem da minha rua. Minha mãe estava emocionada quando os homens foram embora.
Ela me abraçou forte e disse que nunca nos separaríamos. Ela mentiu.
Eu vi quando os aviões caíram, eu
vi quando o mundo parou, quando os ataques começaram. Eu só fui para o Bunker
no segundo dia depois que a Guerra já havia sido declarada. Foi horrível. As
noites eram intermináveis e os dias eram sangrentos. Eu assisti algumas
famílias desesperadas, outras a beira da loucura, e algumas ainda tentavam
fugir. Mas, fugir pra onde?
Nunca tive irmãos ou um pai. Minha
mãe era meu único e maior tesouro, escolher me afastar dela foi a pior decisão
que ela já tomou e a que eu tive de aceitar. Quando a Guerra finalmente começou
nossos vizinhos já haviam se mudado, nossa rua estava habitada por fantasmas,
somente eu e a outra garota Escolhida permanecemos em nosso endereço oficial.
As demais famílias? Não sei. Mas eu tenho a certeza que correram para se juntar
aos outros membros de suas famílias, onde puderam morrer felizes. Se é que isso
é relativamente possível.
Eu escolhi honrar a escolha de
minha mãe, me tornar um homem importante, ser um referencial com valores éticos
e morais. Eu simplesmente teria escolhido ficar e morrer lutando para
protegê-la. Mas sua escolha foi sábia, ela sabia que algo em mim seria crucial
para que a Humanidade ressurgisse.
Ela sempre acreditou em mim e
principalmente em meu potencial de liderança, ela cria que eu seria como meu
pai foi um dia. Um grande soldado, somente soldado, mas o melhor e mais
corajoso soldado.
Mas o dia chegou, os Magnas foram
abruptos e não nos deram tempo de longas despedidas, tudo que houve foi uma
lágrima em nossos rostos, compartilhamos a mesma dor, a mesma angustia de que
partidas nunca nos fizeram muito bem, ainda mais depois da morte de meu pai. Os
homens me arrastaram me jogaram no que eu costumo chamar de latão (uma caixa gigante de metal com rodas),
me tiraram tudo que eu tinha de sagrado nesta vida, e me desafiaram com uma
nova realidade. A realidade Em Guerra para em seguida passarmos para a outra
realidade, devastação Pós Guerra.
No começo nos chamavam de
Refugiados, mais tarde nos chamaram de Esperança, mas agora retornamos a meros
Soldados. Nós recebemos um tratamento
psicológico, uma espécie de hipnose que nos tornou obcecados por nada mais nada
menos do que nós mesmos (toda a minha
garantia de futuro depositada sobre adolescentes e jovens altruístas e
egocêntricos. Ótimo.).
O objetivo principal aqui é formar
a Elite que irá fazer parte das tropas comandadas por Jesse West o capitão da
Guarda Aérea (a maior parte de nossa
aquisição aérea foi destruída, porém temos
conosco os maiores gênios de todas
as nações, tudo isso se deve a Vacina, a Agulha mais esperada depois da lavagem
cerebral que tentaram fazer conosco, e é claro que com a grande maioria deu
certo.). A tal agulhada, sim, recebi, porém fui
um dos últimos e acho que estava vencida afinal não vi nenhum efeito surtir até
agora.
O que eu quero aqui? O que eu vim
fazer aqui? Por que eu não enlouqueci ainda ou não me juntei à maioria
egocêntrica? Eu só quero uma coisa! Vingança. Vingar a morte da minha mãe, do
meu pai e de todos. Sei que essa Guerra só teve inicio porque alguém desse
Governo desejou que ela começasse por algum motivo que me enoja só de imaginar.
Eu tenho repulsa do que os homens se tornaram e mesmo assim meu maior medo é me
tornar um deles.
{...}
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Heey, tudo bem?
ResponderExcluirParabéns pela parceria, sucesso!
Aguardo ansiosamente a sua resenha do livro ^^
Abraços!
http://enjoythelittllethingss.blogspot.com.br/
Oi, tudo bom?
ResponderExcluirAchei bem interessante, espero a resenha!
HEEY, AMEI O BLOG E O POST E TAMBÉM QUERO VER A RESENHA.
ResponderExcluirOiii!! Parabéns pela parceria. Esse livro parece ser muito legal. Esse prólogo é td de bom neh? Fiquei morrendo de vontade de ler mais. Vou tentar falar com a escritora e conhecer um pouco mais sobre ela e a história.
ResponderExcluirAbraços
http://profissao-escritor.blogspot.com.br/
*----------------*
ResponderExcluirParabens pela parceria que venha mais e mais sucesso flor
ResponderExcluirUm beijo, te espero no blog
⋙ ♥ Blog livros com café ♥ SORTEIO sapatilha SCHUTZ ♥
Adorei conhecer mais uma autora nacional o livro parece muito interessante. Desejo muito sucesso a ela.
ResponderExcluirBeijos
Raquel Machado
Leitura Kriativa
leiturakriativa.blogspot.com.br