Olá leitores e blogueiros, hoje eu vou postar para vocês a entrevista com um escritor muito querido Paulo Natanael, autor do livro Rato de Biblioteca e Torre de Sofia. Espero que vocês gostem!!
1- Quando você começou
a pensar em escrever, e por quê?
Iniciei meus primeiros
projetos de um livro quando tinha 15 anos. Foram vários motivos e
situações que me estimularam a escrever: o incentivo de alguns
amigos e colegas (que estudavam comigo no ensino médio) que gostavam
das minhas histórias, o destaque que tinham minhas redações e as
músicas que eu fazia (gostava, e ainda gosto, de fazer músicas), e
a boa recepção dos meus professores às minhas escritas, ao ponto
de uma professora quase chorar quando leu, para toda turma, uma
música feita por mim. Eu também lia muito, me encantava (e ainda me
encanto) pela leitura, principalmente por bons e excelentes livros, e
pensava em como seria se eu lançasse um livro (foram anos pensando
nisso, dias e noites, até lançar o primeiro livro). Esses e outros,
muitos outros motivos me levaram iniciar as primeiras escritas para o
primeiro livro.
2- Como foi o início da
carreira? A família e os amigos apoiaram?
O início foi nada fácil.
Assim como acontece com grande parte dos escritores, lançar a
primeira obra requer tempo, dedicação e, geralmente, muito gasto
financeiro, pois eu ainda era desconhecido no mundo editorial; era um
leitor tornando-se escritor. Quanto ao apoio... é uma situação
delicada. Tive incentivos sim, conforme disse na primeira pergunta.
Contudo, porém, entretanto, no entanto... por outro lado, a situação
não foi tão animadora assim. Eu tinha um sonho que parecia
impossível, talvez uma idiotice para alguns. “Como alguém que não
é famoso, nem tem grande quantia em dinheiro para investir poderia
se tornar um escritor conhecido, e reconhecido por muitos?”, alguns
perguntavam, ou pior: afirmavam. Escutei muitas palavras negativas,
principalmente nos momentos de crise financeira, pois investi quase
tudo que tinha (e não tinha muita coisa, rs) na minha primeira obra.
Acreditei! Eu acreditei... Pois é: eu. Aí dá para imaginar o que
passei. Fui por vezes tratado como alguém imaturo, que investiu em
bobeira, que “só deu dinheiro para outros se enriquecerem as
minhas custas”, e muito mais coisas. Foi difícil. Confesso que não
foram poucas as noites de choro. Parecia que tudo ia dar errado. Que
os livros não venderiam. Que não seria reconhecido, ou seria
reconhecido depois de velho ou morto (conforme me disseram alguns).
Foi luta sobre luta. Mas valeu a pena insistir! Só o fato de eu ser
escritor já é uma benção. Isso é muito bom! É simplesmente
incrível! E ter leitores, admiradores e seguidores é fantástico!
3- Conte nos um pouco
sobre o livro Rato de Biblioteca.
Rato de
Biblioteca é o meu segundo livro. Ele simplesmente chegou
surpreendendo e causando reações diversas, uma vez que certas
barreiras foram ultrapassadas, “a dicotomia entre rato e homem,
rompida”. Posso dizer que Rato de Biblioteca foi além do esperado,
abalou certas estruturas, arrepiou, surpreendeu; a começar pela
capa, depois dedicatória, a introdução e a história que toma
rumos inusitados... Eu e os leitores... ficamos apaixonados pelo
livro.
Acredito
que Rato de Biblioteca surpreende por se tratar da expressão ousada,
poética e literária de um ser que por “certa” ação da vida,
aprende a ler. O que poderia ser uma obra de pura simplicidade se
torna a revelação, e a ousadia, em palavras que levam o leitor ao
extremo dos movimentos da própria mente.
Rato de
Biblioteca apresenta um texto mais que clássico, é atual,
constituído de estrutura agradável, dinâmico e não exaustivo. O
leitor se vê, num dado momento, nas reflexões além do que
imaginaria na vida de um roedor. Depois, encontra-se envolvido nas
aventuras, fugas e correria do ser que faz de tudo para alcançar
seus objetivos.
Rato de
Biblioteca surpreende pelas formas de apresentação dos textos,
dando ao leitor a elegância e, ao mesmo tempo, o despertar, o sair
da inércia, durante as aventuras, durante as ações inusitadas do
ser que aprendeu a ler.
O texto
é sábio por si só, e expressa algo mais que alguém que iniciou a
revolução no seu mundo, este expressa que palavras associadas à
simples atitudes são capazes de mostrar, na forma mais literária
possível, a beleza da vida.
4- Como você encara o
cenário literário do Brasil atualmente?
É perceptível a
expansão que tivemos nos últimos anos. Não me lembro de ter
entrado num grande shopping que não tivesse, ao menos, uma livraria.
O cenário é propício. Porém, apesar de toda expansão, a
literatura nacional parece perder espaço a cada dia para a
internacional, o que não é bom. Temos grandes escritores, e há
necessidade de reconhecermos isto, e não agir de forma a
desestimular o mercado literário nacional, pois isso pode gerar
consequências desagradáveis no futuro. Mas ainda há tempo de
reagir. Basta termos consciência e valorizarmos nosso mercado. O
equilíbrio entre os cenários deve ser mantido.
5- Os livros mais
vendidos do Brasil são, sem dúvidas, estrangeiros. Isto parte de um
preconceito contra a literatura nacional arraigado há gerações ou
crê que haja falta de divulgação e valorização por parte das
Editoras?
Essa é uma situação
complexa. Temos um histórico sociológico e cultural que há séculos
cegou parte da nação. Tínhamos o conceito da beleza europeia,
americana... dos produtos internacionais (os famosos “importados”).
Devido a fatores como a colonização, e a recepção pouco
estruturada das influências da globalização, fomos quase que
induzidos a creditar beleza, inteligência e desenvolvimento a tudo
que é internacional. Infelizmente o mercado literário nacional
sofreu ação agressiva dessa “cultura negativa”. Não éramos
só, nós, os desvalorizados, nossas obras seguiram nas mesmas águas.
É difícil superar isso hoje. Creio que as editoras se veem com
dificuldades de investir mais no autor nacional devido a essa
pressão. É como uma guerra de Davi contra Golias. Davi, porém, com
ousadia, inteligência e fé conseguiu vencer. Nós, da mesma forma,
precisamos ter mais coragem e ousadia. Esse é o nosso momento! E
isso deve ser reconhecido e respeitado. Temos dois grupos de
editoras: as boas e as ruins. O escritor deve estar atento a isso,
para não sofrer ainda mais. E acredito que se houver maior empenho
das editoras, também, essa realidade pode mudar, e ser a cada dia
mais raro uma editora surgir no país para lançar, divulgar e
investir apenas em obras internacionais. Essas atitudes são de
responsabilidades de todos: escritores (procurando sempre apresentar
grandes histórias ao público), lojistas, leitores e editoras.
6- Quanto tempo levou
para escrever o livro Rato de Biblioteca? Há pessoas que certamente
revisaram. Qual o papel delas no projeto do livro, ou seja, quanto
elas contribuíram efetivamente para a construção do livro até o
momento da publicação?
Eu iniciei Rato de
Biblioteca por volta do ano de 2005, mas abandonei o projeto, tendo
escrito apenas uma página. Quase sete anos depois voltei a ler a
mesma página, acreditei que a história seria interessante e fui com
tudo. Levei aproximadamente um ano escrevendo, revisando, entre
outros, antes de enviar a editora. Depois mais uns seis meses
trabalhando no livro.
O livro foi revisado
diversas vezes: por mim e pelos revisores. Os revisores contribuíram
bastante para a adaptação às novas regras da língua portuguesa,
bem como a eliminação de possíveis erros gramaticais (causados,
também, pela configuração do programa que usei para escrever) e a
análise de significados de certas palavras. Um livro, o bom livro, é
complexo para ser escrito e finalizado. Os revisores tiveram outras
contribuições também, como a aprovação do meu livro para
lançamento, que foi importantíssimo. Sem a aprovação, nada do que
escrevi acima teria acontecido.
7- O que sente ao ver
seus livro sendo lido e admirado por tantas pessoas?
A sensação é das
melhores. Parece um mix de prazer com satisfação, dever cumprido,
alegria... É simplesmente incrível! É difícil explicar em alguns
momentos. Livro é algo profundo, que mexe com a imaginação, com o
interior. Sinto-me realizado quanto a isso. Sensação maravilhosa.
8- Qual a melhor parte de
publicar um livro? E a mais difícil?
A melhor parte é a
recepção e o reconhecimento dos leitores: é maravilhosa! A mais
difícil esta relacionada aos trabalhos e aos gastos que envolvem a
publicação, que vão desde a análise de uma ou mais editoras, a
aprovação, passando pelas revisões, leituras e releituras,
trabalhos com capa, sinopse, resumos... e depois a divulgação. É
muita coisa! Ser escritor requer dedicação e responsabilidade.
9- Qual é o seu escritor
preferido dentro de cada gênero literário?
David Berlinski (Ciências
Exatas – Matemática)
Ivan Jaf (literatura
infanto-juvenil)
Machado de Assis
(Romance)
Abraão de Almeida
(Ciência e literatura Cristã)
10- Existe alguma obra em
andamento para ser publicada?
Sim: mais de uma.
11- O que você aconselha
para as pessoas que deseja ser um escritor(a)?
Primeiro
é necessário que a pessoa realmente tenha inclinação literária
para isso, e não vá escrever só porque achou “bonitinho” o
processo de lançamento e divulgação de um livro. A dedicação
deve ser constante; o escritor necessita viver isso. Necessita
“vivenciar” a obra que está escrevendo, pois os textos requerem
certa elegância e coerência. Depois pesquisar bem as editoras para
enviar a obra para análise. E tenha cuido com seu dinheiro. Se for
necessário gastar com a obra, procure investir no que é certo
quanto a editoração do livro, para não cair em armadilhas. Tenha
cuidado com os conselhos, sejam eles positivos ou negativos, e evite
ao máximo possível falar sobre sua obra, e sobre os detalhes dela
(como o título do livro e o tipo de história) antes de registrá-la
e lança-la. Salve sempre seus textos, se possível de dez em dez
minutos. Depois salve em pen drives, e-mails, entre outros.
Lembre-se: é o seu momento, pode ser o livro da sua vida. Todo
cuidado é necessário. E acredite, sempre. Mesmo em meio as
dificuldades, acredite. Tenha fé em Deus e siga adiante! O trabalho
pode ser árduo, difícil, mas não é impossível. Depende de você.
Valorize-se! E valorize sua obra. E tenha em mente que seus leitores
merecem o melhor. Isso adornará sua obra... Dará certa formosura a
ela.
Página do livro Rato de Biblioteca- https://www.facebook.com/ratodebiblioteca1?fref=ts
Site do Livro Rato de Biblioteca- http://www.livroratodebiblioteca.blogspot.com.br/
Laressa
Rodrigues
Oi Laressa,
ResponderExcluirGostei bastante da entrevista. Eu não conseguiria fazer essas perguntas a autor desse modo, e muito menos responder elas se fosse o caso.
Por isso quase não tenho entrevistas no blog... kkkk
Mas Ameei <3
Bjus, Lê.
www.obaudosmelhores.blogspot.com
Oi Lê,que bom que você gostou. Haha' com o tempo você vai pegando experiência.
ResponderExcluirBeijos