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Levo livros para onde vou!: Entrevista com o escritor Paulo Natanael - Autor do livro Rato de Biblioteca e Torre de Sofia

20 abril 2014

Entrevista com o escritor Paulo Natanael - Autor do livro Rato de Biblioteca e Torre de Sofia

Olá leitores e blogueiros, hoje eu vou postar para vocês a entrevista com um escritor muito querido Paulo Natanael, autor do livro Rato de Biblioteca e Torre de Sofia. Espero que vocês gostem!!




1- Quando você começou a pensar em escrever, e por quê?



Iniciei meus primeiros projetos de um livro quando tinha 15 anos. Foram vários motivos e situações que me estimularam a escrever: o incentivo de alguns amigos e colegas (que estudavam comigo no ensino médio) que gostavam das minhas histórias, o destaque que tinham minhas redações e as músicas que eu fazia (gostava, e ainda gosto, de fazer músicas), e a boa recepção dos meus professores às minhas escritas, ao ponto de uma professora quase chorar quando leu, para toda turma, uma música feita por mim. Eu também lia muito, me encantava (e ainda me encanto) pela leitura, principalmente por bons e excelentes livros, e pensava em como seria se eu lançasse um livro (foram anos pensando nisso, dias e noites, até lançar o primeiro livro). Esses e outros, muitos outros motivos me levaram iniciar as primeiras escritas para o primeiro livro.

2- Como foi o início da carreira? A família e os amigos apoiaram?

O início foi nada fácil. Assim como acontece com grande parte dos escritores, lançar a primeira obra requer tempo, dedicação e, geralmente, muito gasto financeiro, pois eu ainda era desconhecido no mundo editorial; era um leitor tornando-se escritor. Quanto ao apoio... é uma situação delicada. Tive incentivos sim, conforme disse na primeira pergunta. Contudo, porém, entretanto, no entanto... por outro lado, a situação não foi tão animadora assim. Eu tinha um sonho que parecia impossível, talvez uma idiotice para alguns. “Como alguém que não é famoso, nem tem grande quantia em dinheiro para investir poderia se tornar um escritor conhecido, e reconhecido por muitos?”, alguns perguntavam, ou pior: afirmavam. Escutei muitas palavras negativas, principalmente nos momentos de crise financeira, pois investi quase tudo que tinha (e não tinha muita coisa, rs) na minha primeira obra. Acreditei! Eu acreditei... Pois é: eu. Aí dá para imaginar o que passei. Fui por vezes tratado como alguém imaturo, que investiu em bobeira, que “só deu dinheiro para outros se enriquecerem as minhas custas”, e muito mais coisas. Foi difícil. Confesso que não foram poucas as noites de choro. Parecia que tudo ia dar errado. Que os livros não venderiam. Que não seria reconhecido, ou seria reconhecido depois de velho ou morto (conforme me disseram alguns). Foi luta sobre luta. Mas valeu a pena insistir! Só o fato de eu ser escritor já é uma benção. Isso é muito bom! É simplesmente incrível! E ter leitores, admiradores e seguidores é fantástico!

3- Conte nos um pouco sobre o livro Rato de Biblioteca.

Rato de Biblioteca é o meu segundo livro. Ele simplesmente chegou surpreendendo e causando reações diversas, uma vez que certas barreiras foram ultrapassadas, “a dicotomia entre rato e homem, rompida”. Posso dizer que Rato de Biblioteca foi além do esperado, abalou certas estruturas, arrepiou, surpreendeu; a começar pela capa, depois dedicatória, a introdução e a história que toma rumos inusitados... Eu e os leitores... ficamos apaixonados pelo livro.
Acredito que Rato de Biblioteca surpreende por se tratar da expressão ousada, poética e literária de um ser que por “certa” ação da vida, aprende a ler. O que poderia ser uma obra de pura simplicidade se torna a revelação, e a ousadia, em palavras que levam o leitor ao extremo dos movimentos da própria mente.
Rato de Biblioteca apresenta um texto mais que clássico, é atual, constituído de estrutura agradável, dinâmico e não exaustivo. O leitor se vê, num dado momento, nas reflexões além do que imaginaria na vida de um roedor. Depois, encontra-se envolvido nas aventuras, fugas e correria do ser que faz de tudo para alcançar seus objetivos.
Rato de Biblioteca surpreende pelas formas de apresentação dos textos, dando ao leitor a elegância e, ao mesmo tempo, o despertar, o sair da inércia, durante as aventuras, durante as ações inusitadas do ser que aprendeu a ler.
O texto é sábio por si só, e expressa algo mais que alguém que iniciou a revolução no seu mundo, este expressa que palavras associadas à simples atitudes são capazes de mostrar, na forma mais literária possível, a beleza da vida.

4- Como você encara o cenário literário do Brasil atualmente?

É perceptível a expansão que tivemos nos últimos anos. Não me lembro de ter entrado num grande shopping que não tivesse, ao menos, uma livraria. O cenário é propício. Porém, apesar de toda expansão, a literatura nacional parece perder espaço a cada dia para a internacional, o que não é bom. Temos grandes escritores, e há necessidade de reconhecermos isto, e não agir de forma a desestimular o mercado literário nacional, pois isso pode gerar consequências desagradáveis no futuro. Mas ainda há tempo de reagir. Basta termos consciência e valorizarmos nosso mercado. O equilíbrio entre os cenários deve ser mantido.

5- Os livros mais vendidos do Brasil são, sem dúvidas, estrangeiros. Isto parte de um preconceito contra a literatura nacional arraigado há gerações ou crê que haja falta de divulgação e valorização por parte das Editoras?

Essa é uma situação complexa. Temos um histórico sociológico e cultural que há séculos cegou parte da nação. Tínhamos o conceito da beleza europeia, americana... dos produtos internacionais (os famosos “importados”). Devido a fatores como a colonização, e a recepção pouco estruturada das influências da globalização, fomos quase que induzidos a creditar beleza, inteligência e desenvolvimento a tudo que é internacional. Infelizmente o mercado literário nacional sofreu ação agressiva dessa “cultura negativa”. Não éramos só, nós, os desvalorizados, nossas obras seguiram nas mesmas águas. É difícil superar isso hoje. Creio que as editoras se veem com dificuldades de investir mais no autor nacional devido a essa pressão. É como uma guerra de Davi contra Golias. Davi, porém, com ousadia, inteligência e fé conseguiu vencer. Nós, da mesma forma, precisamos ter mais coragem e ousadia. Esse é o nosso momento! E isso deve ser reconhecido e respeitado. Temos dois grupos de editoras: as boas e as ruins. O escritor deve estar atento a isso, para não sofrer ainda mais. E acredito que se houver maior empenho das editoras, também, essa realidade pode mudar, e ser a cada dia mais raro uma editora surgir no país para lançar, divulgar e investir apenas em obras internacionais. Essas atitudes são de responsabilidades de todos: escritores (procurando sempre apresentar grandes histórias ao público), lojistas, leitores e editoras.

6- Quanto tempo levou para escrever o livro Rato de Biblioteca? Há pessoas que certamente revisaram. Qual o papel delas no projeto do livro, ou seja, quanto elas contribuíram efetivamente para a construção do livro até o momento da publicação?

Eu iniciei Rato de Biblioteca por volta do ano de 2005, mas abandonei o projeto, tendo escrito apenas uma página. Quase sete anos depois voltei a ler a mesma página, acreditei que a história seria interessante e fui com tudo. Levei aproximadamente um ano escrevendo, revisando, entre outros, antes de enviar a editora. Depois mais uns seis meses trabalhando no livro.
O livro foi revisado diversas vezes: por mim e pelos revisores. Os revisores contribuíram bastante para a adaptação às novas regras da língua portuguesa, bem como a eliminação de possíveis erros gramaticais (causados, também, pela configuração do programa que usei para escrever) e a análise de significados de certas palavras. Um livro, o bom livro, é complexo para ser escrito e finalizado. Os revisores tiveram outras contribuições também, como a aprovação do meu livro para lançamento, que foi importantíssimo. Sem a aprovação, nada do que escrevi acima teria acontecido.

7- O que sente ao ver seus livro sendo lido e admirado por tantas pessoas?

A sensação é das melhores. Parece um mix de prazer com satisfação, dever cumprido, alegria... É simplesmente incrível! É difícil explicar em alguns momentos. Livro é algo profundo, que mexe com a imaginação, com o interior. Sinto-me realizado quanto a isso. Sensação maravilhosa.

8- Qual a melhor parte de publicar um livro? E a mais difícil?

A melhor parte é a recepção e o reconhecimento dos leitores: é maravilhosa! A mais difícil esta relacionada aos trabalhos e aos gastos que envolvem a publicação, que vão desde a análise de uma ou mais editoras, a aprovação, passando pelas revisões, leituras e releituras, trabalhos com capa, sinopse, resumos... e depois a divulgação. É muita coisa! Ser escritor requer dedicação e responsabilidade.

9- Qual é o seu escritor preferido dentro de cada gênero literário?

David Berlinski (Ciências Exatas – Matemática)
Ivan Jaf (literatura infanto-juvenil)
Machado de Assis (Romance)
Abraão de Almeida (Ciência e literatura Cristã)

10- Existe alguma obra em andamento para ser publicada?

Sim: mais de uma.

11- O que você aconselha para as pessoas que deseja ser um escritor(a)?

Primeiro é necessário que a pessoa realmente tenha inclinação literária para isso, e não vá escrever só porque achou “bonitinho” o processo de lançamento e divulgação de um livro. A dedicação deve ser constante; o escritor necessita viver isso. Necessita “vivenciar” a obra que está escrevendo, pois os textos requerem certa elegância e coerência. Depois pesquisar bem as editoras para enviar a obra para análise. E tenha cuido com seu dinheiro. Se for necessário gastar com a obra, procure investir no que é certo quanto a editoração do livro, para não cair em armadilhas. Tenha cuidado com os conselhos, sejam eles positivos ou negativos, e evite ao máximo possível falar sobre sua obra, e sobre os detalhes dela (como o título do livro e o tipo de história) antes de registrá-la e lança-la. Salve sempre seus textos, se possível de dez em dez minutos. Depois salve em pen drives, e-mails, entre outros. Lembre-se: é o seu momento, pode ser o livro da sua vida. Todo cuidado é necessário. E acredite, sempre. Mesmo em meio as dificuldades, acredite. Tenha fé em Deus e siga adiante! O trabalho pode ser árduo, difícil, mas não é impossível. Depende de você. Valorize-se! E valorize sua obra. E tenha em mente que seus leitores merecem o melhor. Isso adornará sua obra... Dará certa formosura a ela.

Página do livro Rato de Biblioteca- https://www.facebook.com/ratodebiblioteca1?fref=ts

Site do Livro Rato de Biblioteca-  http://www.livroratodebiblioteca.blogspot.com.br/

                                                                                                                              Laressa
                                                       Rodrigues 

2 comentários:

  1. Oi Laressa,
    Gostei bastante da entrevista. Eu não conseguiria fazer essas perguntas a autor desse modo, e muito menos responder elas se fosse o caso.
    Por isso quase não tenho entrevistas no blog... kkkk
    Mas Ameei <3
    Bjus, Lê.

    www.obaudosmelhores.blogspot.com

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  2. Oi Lê,que bom que você gostou. Haha' com o tempo você vai pegando experiência.

    Beijos

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